Uso da Floresta Nacional Saracá-Taquera, situada em municípios do oeste do PA, é tema de livro 1m1js

É mais MT - http://www.emaismt.com.br/ - 11/10/2021
Obra escrita pela pesquisadora paraense Ítala Nepomuceno trata sobre conflitos que envolvem a UC, aberta à mineração e exploração madeireira em detrimento da população tradicional.

As desigualdades do uso da Floresta Nacional Saracá-Taquera, Unidade de Conservação (UC) localizada nos municípios de Oriximiná, Faro e Terra Santa, no oeste do Pará, são tema de um livro escrito pela pesquisadora paraense Ítala Nepomuceno.

A autora é mestra em Ciências Ambientais pela Universidade Federal do Oeste do Pará e doutoranda em Antropologia Social na Universidade Federal do Amazonas.

O livro "Floresta Nacional de Saracá-Taquera: a quem se destina? Conflitos entre uso tradicional e exploração empresarial", lançado esta semana pela Comissão Pró-Índio, de São Paulo (I-SP), trata sobre a destinação da terra, das águas e dos recursos da biodiversidade do local.

A Floresta Nacional Saracá-Taquera se constituiu em 1989, em áreas de ocupação de comunidades quilombolas e ribeirinhas que já utilizavam a área desde antes da criação da UC.

Atualmente a área é usada por meio do plano de manejo da UC que destina apenas 2,49% para a zona populacional, contra os 69% das zonas de mineração e de produção florestal.

No interior de Saracá-Taquera, ocorre a extração de minério e estão instaladas 24 barragens de rejeitos. Além disso, a UC também é explorada por três grandes empresas madeireiras em regime de concessão.

No livro, a autora se debruça sobre o atual Plano de Manejo da Flona, e evidencia como o documento expressa uma visão negativa e preconceituosa das comunidades quilombolas e ribeirinhas sem a devida valoração de seus conhecimentos e práticas tradicionais de uso da floresta.

"O conhecimento tradicional, que é valioso para a preservação da biodiversidade, e não tem sido valorizado na Flona Saracá-Taquera", critica Ítala.
A obra ainda propõe o debate em torno de um novo Plano de Manejo para a Flona, já que o atual a por um processo de revisão pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

"O ICMBio deve respeitar uma participação ativa das comunidades na revisão do plano de manejo. E respeitar isso não só nos espaços formais criados pelo Estado, como o conselho consultivo da Flona, como também respeitar as maneiras pelas quais essas comunidades se organizam socialmente", aponta a autora do livro.

"Floresta Nacional de Saracá-Taquera: a quem se destina?" é o terceiro volume da Série "Estudos" da Comissão Pró-Índio de São Paulo. Os dois livros anteriores são: "Barragens de Mineração na Amazônia: o rejeito e seus riscos associados em Oriximiná" e "A mineração no Platô Aramã: licenciamento ambiental em análise". Os livros da série estão disponíveis para gratuito no site da Pró-Índio.


Sobre a Comissão Pró-Índio
A Comissão Pró-Índio de São Paulo (I-SP) atua junto a indígenas, quilombolas e ribeirinhos para garantir seus direitos territoriais, culturais e políticos. Foi fundada em 1978 para defender os direitos dos povos indígenas em um contexto de ditadura militar.

A partir de 1989, ou a apoiar também as comunidades quilombolas apoiando a promoção de seus direitos recém reconhecidos na Constituição de 1988. A I-SP atua na região de Oriximiná (Pará) desde 1989.

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